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Rebelde, Peão, Rei . Морган Райс
Читать онлайн.Название Rebelde, Peão, Rei
Год выпуска 0
isbn 9781640290273
Автор произведения Морган Райс
Серия De Coroas e Glória
Издательство Lukeman Literary Management Ltd
Os seus homens estavam espalhados à sua volta para cercar as casas que estavam a incendiar. Elas mal podiam ser consideradas casas, realmente. Eram apenas casebres tão pobres de camponeses que nem sequer valia a pena saqueá-los. Talvez eles filtrassem as cinzas depois.
Por enquanto, porém, havia que aproveitar e divertirem-se.
Lucious viu um lampejo de movimento quando as primeiras começaram a fugir das suas casas a gritar. Ele apontou uma manopla, com a luz do sol a apanhar o ouro da sua armadura.
"Ali!"
Ele esporeou o seu cavalo para que aquele galopasse, levantou uma lança e atirou-a para baixo na direção de uma das figuras em movimento. Ao lado dele, os seus homens apanhavam homens e mulheres, golpeando e matando, deixando-os viver apenas ocasionalmente quando parecia óbvio que eles iriam ser mais lucrativos nos mercados de escravos.
Lucious tinha descoberto que havia uma certa arte em incendiar uma aldeia. Era importante não se apressarem numa corrida cega e incendiarem tudo. Isso era o que os amadores faziam. Se se precipitassem, sem preparação, as pessoas iriam simplesmente fugir. Se incendiassem as coisas pela ordem errada, havia a possibilidade de ficarem para trás coisas valiosas. Se deixassem demasiados caminhos de fuga, as fileiras de escravos ficariam mais curtas do que era suposto.
A chave era a preparação. Ele fez com que os seus homens se organizassem num cordão fora da aldeia muito antes de cavalgar com a sua armadura tão visível. Alguns dos camponeses tinham fugido só de o ver, e Lucious tinha gostado disso. Era bom ser temido. Era correto que assim fosse.
Naquele momento, eles já estavam na etapa seguinte, onde tinham queimado algumas das casas menos valiosas. A partir do topo, claro, arremessando tochas para os telhados de colmo. As pessoas não conseguiam fugir quando disparavam para os seus esconderijos ao nível do solo, e quando elas não conseguiam correr, não havia entretenimento.
Mais tarde, haveria mais saques tradicionais, seguidos de tortura para com aqueles de quem se suspeitava terem simpatias rebeldes, ou que simplesmente escondiam objetos de valor. E depois as execuções, é claro. Lucious sorria só de pensar nisso. Normalmente, ele só dava exemplos. Naquele dia, porém, ele ia ser mais... vasto.
Ele deu por si a pensar em Stephania enquanto cavalgava pela aldeia, desembainhando a sua espada para cortar para a esquerda e para a direita. Habitualmente, ele não teria reagido bem ao ser rejeitado da forma que tinha sido. Se alguma das jovens mulheres daquela aldeia o tentasse, Lucious, provavelmente, iria mandar esfolá-la viva, em vez de simplesmente enviá-la para os fossos das escravas.
Porém, Stephania era diferente. Não era só porque ela era bonita e elegante. Ao pensar que ela era só aquilo, ele pensava na ideia de ela simplesmente lhe obedecer como um animal de estimação glorioso.
Agora que ela tinha acabado por ser mais do que isso, Lucious percebeu que os seus sentimentos estavam a mudar, tornando-se maiores. Ela não era apenas o ornamento perfeito para um futuro rei; era alguém que entendia a forma como o mundo funcionava, e que estava preparada para arranjar esquemas de forma a conseguir o que queria.
Essa tinha sido a principal razão pela qual Lucious tinha decidido deixá-la ir; ele estava a gostar demasiado do jogo entre eles. Ele tinha-a encostado contra a parede e ela tinha estado disposta a derrubá-lo juntamente com ela. Ele questionava-se qual seria a próxima movimentação dela.
Ele despertou dos seus pensamentos ao ver dois dos seus homens a deterem uma família com a ponta da espada: um homem gordo, uma mulher mais velha e três filhos.
"Porque é que eles ainda estão a respirar?", perguntou Lucious.
"Sua alteza", implorou o homem, "por favor. A minha família sempre foi o súbdito mais leal do teu pai. Não temos nada a ver com a rebelião."
"Então estás a dizer que eu estou enganado?", perguntou Lucious.
"Somos fiéis, sua alteza. Por favor."
Lucious inclinou a cabeça para um lado. "Muito bem, tendo em conta a tua lealdade, vou ser generoso. Vou deixar que um dos teus filhos sobreviva. E até vou deixar que sejas tu a escolher qual. Na verdade, ordeno-te que o faças."
"M-mas... não podemos escolher entre as nossas crianças", disse o homem.
Lucious virou-se para os seus homens. "Veem? Mesmo quando eu lhes ordeno, eles não obedecem. Matem-nos a todos e não me façam perder tempo com mais como estes. Todos nesta vila devem ser mortos ou colocados nas fileiras de escravos. Não me façam ter de repetir."
Quando os gritos começaram atrás de si, ele afastou-se, vendo mais casas em chamas. Aquela manhã estava realmente a transformar-se numa bela manhã.
CAPÍTULO SETE
"Trabalhem mais rápido, suas crias preguiçosas!", gritou o guarda. Sartes estremeceu com o bater do chicote nas suas costas. Se ele pudesse, ter-se-ia virado e lutado contra o guarda, mas sem uma arma era puro suicídio.
Em vez de uma arma, ele tinha um balde. Acorrentado a um outro prisioneiro, era suposto ele recolher o betume e derramá-lo para dentro de grandes barris e ser levado de volta para longe dos lagos, onde podia ser usado para calafetar barcos e vedar telhados, alinhar as pedras mais suaves e impermeabilizar paredes. Era um trabalho duro e ter de fazê-lo acorrentado a outra pessoa tornava-o ainda mais difícil.
O rapaz a quem Sartes estava acorrentado não era maior do que ele e parecia muito mais magro. Sartes ainda não sabia o seu nome, porque os guardas puniam qualquer um que falasse demais. Eles provavelmente pensavam que eles estavam a engendrar uma revolta, pensava Sartes. Olhando para alguns dos homens ao seu redor, talvez eles tivessem razão.
Os lagos de betume eram um lugar para onde algumas das piores pessoas em Delos eram enviadas, e isso via-se. Havia brigas por comida, e simplesmente terminava para quem era mais forte, embora nenhum deles durasse muito tempo. Sempre que os guardas estavam a ver, os homens mantinham as suas cabeças para baixo. Aqueles que não o faziam rapidamente eram espancados ou atirados para o betume.
O rapaz que estava no momento acorrentado a Sartes não parecia se encaixar com tantos dos outros. Ele era magricela e esguio, parecendo que se podia partir com o esforço de puxar o betume dos lagos. A sua pele estava suja por causa disso e coberta de queimaduras onde o betume tinha tocado.
Uma pluma de gás afastou-se do lago. Sartes conseguiu prender a respiração, mas o seu companheiro não teve tanta sorte. Ele começou a tossir. Sartes sentiu o esticão na corrente quando o seu companheiro tropeçou e, ele viu, caiu de seguida.
Sartes não teve de pensar. Deixou cair o balde, lançando-se para a frente esperando ser suficientemente rápido. Ele sentiu os seus dedos em torno do braço do outro rapaz, que eram tão finos que os dedos de Sartes pareciam uma segunda algema à sua volta.
O rapaz tropeçou em direção ao betume e Sartes puxou-o de lá. Sartes conseguia sentir o calor que vinha de lá e quase recuou ao sentir a sua pele a queimar. Em vez disso, ele continuou a segurar o outro rapaz, não o largando até o ter posto em segurança em terra firme.
O rapaz tossia e cuspia, parecendo estar a tentar formar palavras.
"Está tudo bem", Sartes assegurou. "Tu estás bem. Não tentes falar."
"Obrigado", disse ele. "Ajuda-me... Os guardas…"
"O que é que está a acontecer aqui?", gritou um guarda, com um golpe de chicote que fez Sartes gritar. "Porque é que estás a descansar aqui?"
"Foram os vapores, senhor", disse Sartes. "Simplesmente, por um momento, levaram-no a melhor."
Tal rendeu-lhe mais um golpe. Naquele momento, Sartes desejou ter uma arma. Algo que ele pudesse usar para contra-atacar. Mas não havia mais nada para além do balde, além de que havia demasiados guardas para isso. Claro que Ceres provavelmente teria encontrado uma maneira de lutar contra todos eles com o balde. Pensar nisso fê-lo sorrir.