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um lado, Kevin duvidava que Chloe soubesse conduzir melhor do que ele ou Luna.

      Por outro lado, ainda havia muitos carros na estrada para isso.

      “Vai mais devagar” disse Kevin, quando eles passaram por um Chevy estacionado no meio da estrada, cujo dono já havia desaparecido há muito tempo. Eles não bateram por pouco numa motocicleta que havia sido deixada na berma, simplesmente abandonada. “Chloe, por favor, vai mais devagar.”

      Eles desaceleraram um pouco, e provavelmente ainda bem que o fizeram. Havia carros espalhados por toda parte agora, a maioria apenas deixado onde os seus proprietários tinham sido convertidos, mas alguns deles eram pouco mais que pedaços torcidos de metal onde eles obviamente tinham chocado.

      Um camião cisterna estava tombado na beira da estrada, com o combustível a infiltrar-se na terra ao seu redor. Uma faísca tê-lo-ia feito explodir e, naquele momento, Kevin achou que ele entendia o que se sentia.

      “Precisamos trabalhar juntos” disse ele, tentando acalmar as coisas um pouco. Ele tentou pensar sobre o que a sua mãe poderia ter dito numa situação como aquela, ou Ted, ou a Dra. Levin. O único problema com isso era que era demasiado doloroso pensar em todas as pessoas que lhe haviam sido tiradas, e que poderiam estar agora na nave que pairava como uma segunda lua no céu.

      “Nós... todos os outros desapareceram” disse ele, sufocando a dor. “Todos nós perdemos pessoas. Todos nós já tivemos coisas más a acontecerem-nos. Tal não parecia uma coisa suficientemente grande a dizer para conter todo aquele horror. “Todos nós estamos a sofrer e não podemos discutir só porque é mau. Só vamos superar isso se trabalharmos juntos.”

      Elas mantiveram-se caladas durante um pouco.

      “Ok” Chloe disse finalmente.

      “Sim, acho que sim” concordou Luna.

      Eles continuaram a sua viagem, com a antiga pick-up a dar sacudidelas e a ressaltar em estradas cheias de detritos dos últimos momentos das pessoas antes dos alienígenas as levarem. Havia caixas de fast food e veículos abandonados, animais de estimação deixados a vaguear na berma da estrada e pessoas que jaziam onde haviam caído quando os carros as tinham atingido, tão quietas que era óbvio que não havia nada que pudesse ser feito para as ajudar, mesmo que Kevin tivesse conhecimentos de medicina.

      Ele olhou para cima para a nave alienígena em órbita acima do mundo. A sua mãe estaria lá em cima? Ou estaria numa das naves que ele e Luna tinham visto a descer de lá e que pairavam sobre as cidades do mundo? Talvez a tivessem deixado ficar por ali, à espera de algo mais, como tinha acontecido com os caminhantes e os soldados na montanha. Kevin não tinha a certeza de qual opção seria melhor. Nenhuma delas parecia boa.

      “Olhem” disse Luna, apontando.

      Kevin viu imediatamente o que ela estava a apontar. A grande nave que se havia posicionado acima de São Francisco ainda estava lá, pairando surpreendentemente por cima da cidade, enquanto ocasionalmente formas muito menores saiam de lá disparadas. Depois de tanta quietude nas estradas, esse movimento era quase tão perturbador quanto a situação de haver uma nave alienígena ali.

      Quase.

      “Estamos mesmo a ir na direção daquilo” disse Chloe. “Isto realmente não parece nada bom.”

      “Bem, aqui está uma coisa em que conseguimos concordar” disse Luna.

      Era provavelmente a única coisa sobre a qual eles concordavam, mas ainda assim, eles tinham que ir lá. Eles tinham que fazer isso porque, naquele momento, parecia ser a única esperança para todos. Kevin engoliu em seco ao pensar nisso. Era muita pressão; demasiada.

      A nave alienígena estava tão alta, acima da cidade, que demorou mais de dez minutos até os prédios abaixo começarem a aparecer, e arranha-céus apontarem para o ar abaixo dela como dedos a tentarem alcançá-la. À medida que eles se aproximaram, as estradas ficaram também mais movimentadas, cada vez com mais carros abandonados, de tal forma que eles precisaram desacelerar, quase até a um ritmo lento, para avançarem com segurança.

      “Pelo menos não estamos do outro lado da estrada” disse Luna. Ela tinha razão. A saída da cidade estava tão entupida de carros que parecia impossível que alguém conseguisse atravessar o caos. Parecia que eles tinham saído mesmo a tempo da primeira vez.

      “Vai fazer com que voltar a sair da cidade vá ser um pouco difícil” disse Kevin enquanto pensava sobre isso. Ele não gostava da ideia de ficar ali encurralado. Talvez houvesse uma maneira fácil de lidar com os alienígenas assim que eles chegassem à NASA e escutassem o novo sinal, talvez eles não precisassem de se ir embora antes de ficar tudo estar bem. No entanto, olhando para as naves alienígenas, era difícil acreditar nisso.

      “É fácil” disse Chloe. “Não há ninguém na estrada, por isso podemos ir pelo lado contrário da estrada.”

      Isso seria suficiente. Era estranho, porém, que, mesmo com o que parecia ser o fim do mundo, ainda parecesse errado pensar isso.

      “Vamos por onde?” Chloe perguntou.

      Kevin apontou, esperando estar certo. Ele tinha morado na NASA durante tanto tempo, mas ele e a sua mãe só tinham ido para lá de carro pouco mais do que algumas vezes. Eles dirigiram-se mais para dentro da cidade, tentando seguir sinais que parecessem que os iriam levar para mais perto de onde eles queriam ir.

      A cidade estava estranhamente sossegada. Havia lixo deixado nas ruas e animais vagueando, mas Kevin não via nenhum sinal de pessoas. Ele supôs que ninguém tão longe na cidade tivesse caminhado até ao local onde todos tinham estado parados a olhar para a nave que estava ali pendurada. Ele queria tentar ignorar isso, mas era impossível. Mesmo quando ele tirou os olhos da nave, isso significou apenas que ele olhou para a forma ainda maior que estava em órbita.

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