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enquanto pegava o endereço de Hillman. “Outra caçada maluca para você me arrastar.”

      “Você sabe que adora isso,” disse Keri, saindo pela porta da frente.

      “Vocês dois poderiam, por favor, ser um pouco mais profissionais, quando chegarem nos Caldwells?” Hillman gritou pela porta aberta. “Eu gostaria que eles pensassem que estamos, pelo menos, fingindo levá-los a sério.”

      Keri jogou o recipiente de salada no lixo e se dirigiu para o estacionamento. Ray teve que correr para acompanhá-la. Ao chegarem à saída, ele se inclinou e sussurrou para ela.

      “Não pense que você está a salvo mantendo sei lá o quê em segredo para mim. Você pode me dizer agora ou mais tarde. Mas eu sei que algo está acontecendo com você.”

      Keri tentou não reagir visivelmente. Havia alguma coisa acontecendo. E ela planejava contar tudo para ele quando fosse seguro. Mas ela precisava encontrar um local mais seguro para contar ao seu parceiro, melhor amigo, e potencial namorado que ela poderia estar à beira de finalmente pegar o sequestrador de sua filha.

      CAPÍTULO DOIS

      Quando eles pararam na frente da casa dos Caldwell, o estômago de Keri de repente se contraiu.

      Não importa quantas vezes ela se encontrasse com a família de uma criança potencialmente sequestrada, ela sempre era voltava para aquele momento em que viu sua própria menina, de apenas oito anos de idade, sendo carregada através da grama verde brilhante de um parque por um estranho malévolo com um boné de beisebol puxado para baixo para esconder o rosto.

      Ela sentiu o mesmo pânico familiar subindo pela sua garganta agora, o mesmo que ela tinha sentido quando perseguiu o homem através do estacionamento de cascalho e o viu jogando Evie em sua van branca, como uma boneca de pano. Ela reviveu o horror de ver o adolescente que tentou parar o homem ser esfaqueado até a morte.

      Ela estremeceu com a lembrança da dor que sentiu enquanto corria descalça no cascalho, ignorando as fincadas afiadas das pedras em seus pés enquanto ela tentava alcançar a van que estava arrancando e fugindo.

      Ela recordou a sensação de impotência que a dominou quando percebeu que a van não tinha placa e que ela não tinha quase nenhuma descrição para dar à polícia.

      Ray estava familiarizado com o quanto ela sempre ela foi afetada por este momento e sentou-se calmamente no banco do motorista, enquanto ela lidava com um ciclo de emoções e reunia forças para o que estava por vir.

      “Você está bem?” Ele perguntou, quando viu seu corpo finalmente relaxar um pouco.

      “Quase,” disse ela, puxando para baixo o espelho do visor e dando uma última olhada para ter certeza de que ela não estava toda desarrumada.

      A pessoa olhando para ela parecia muito mais saudável do que estava alguns meses atrás. Os círculos pretos que ela costumava ter abaixo de seus olhos castanhos não estavam mais lá e eles não estavam vermelhos. Sua pele estava menos manchada. Seu cabelo loiro e sujo, mesmo estando ainda puxado para trás em um prático rabo de cavalo, não estava mais gorduroso e sebento.

      Keri estava se aproximando do seu aniversário de trinta e seis anos, mas ela parecia melhor do que estava desde que Evie foi levada há cinco anos. Ela não tinha certeza se era por causa do sentimento de esperança criado desde que o Colecionador insinuou que entraria em contato, várias semanas atrás.

      Ou talvez fosse a real possibilidade de romance com Ray surgindo no horizonte. Isso também pode ter ocorrido por causa da sua recente mudança da casa do barco, que por vários anos ela chamou de lar, para um apartamento de verdade. Ou pode ter sido por causa da sua redução de consumo de grandes quantidades de uísque.

      Seja o que for, ela notou mais homens, do que de costume, virando a cabeça para vê-la enquanto andava por aí esses dias. Ela não se importava, mesmo porque, pela primeira vez ela se sentiu como se tivesse algum poder sobre sua vida, quase sempre descontrolada.

      Ela subiu o espelho e virou-se para Ray.

      “Pronto,” disse ela.

      Enquanto caminhavam até a porta da frente, Keri reparou no bairro. Esta era a parte mais setentrional de Westchester, ao lado da auto-estrada 405 e ao sul do Howard Hughes Center, um grande complexo varejista e de escritórios que dominava o horizonte nesta parte da cidade.

      Westchester tinha uma reputação de bairro operário, e a maioria das casas eram modestas e com um andar. Mas até mesmo o custo daquelas casas explodiu nos últimos doze anos e meio.

      Como resultado, a comunidade era uma mistura de veteranos que viviam ali desde sempre e famílias de profissionais que não queriam viver em casas padronizadas, preferiam algum lugar com personalidade. Keri imaginou que essas pessoas eram assim.

      A porta se abriu antes mesmo de chegar à varanda e dela saiu um casal claramente preocupado. Keri ficou surpresa com a idade deles. A mulher—baixinha, hispânica, com um corte repicado sem sentido—parecia estar nos meados dos seus cinquenta anos. Ela usava um terninho de bom caimento e um par de sapatos pretos antigos, mas bem cuidados.

      O homem tinha facilmente quinze centímetros a mais que ela. Ele era branco, careca, com tufos de cabelo grisalho e loiro e estava com seus óculos pendurados no pescoço. Ele tinha, no mínimo, a mesma idade dela e provavelmente estava mais perto dos sessenta anos. Ele estava mais casual do que ela, com calças confortáveis e soltas e uma camisa xadreza de botões. Seus sapatos marrons estavam arranhados e um dos cadarços não estava amarrado.

      “São os detetives?” Perguntou a mulher, estendendo a mão para apertar a mão deles antes mesmo de ter a confirmação.

      “Sim, senhora,” Keri respondeu, assumindo a liderança. “Sou a Detetive Keri Locke da LAPD, Unidade de Pessoas Desaparecidas da Divisão do Pacífico Oeste de Los Angeles. Este é o meu parceiro, o Detetive Raymond Sands.”

      "Que bom conhecê-los, pessoal,” disse Ray.

      A mulher acenou para que entrassem enquanto falava.

      “Obrigada por terem vindo. Meu nome é Mariela Caldwell. Este é o meu marido,

      Edward.”

      Edward acenou com a cabeça, mas não falou nada. Keri sentiu que eles não sabiam como começar, sendo assim ela tomou a iniciativa.

      “Por que não sentamos na cozinha e vocês podem nos dizer a razão de estarem tão preocupados?”

      “Claro,” disse Mariela, e levou-os através de um corredor estreito decorado com as fotos de uma menina de cabelos escuros com um sorriso caloroso. Havia pelo menos vinte fotos que mostravam toda a sua vida, desde o nascimento até agora. Chegaram a uma pequena, mas bem equipada, área de café da manhã. “Aceitam alguma coisa—um café, um lanche?”

      “Não, obrigado, senhora,” Ray disse enquanto tentava se espremer contra a parede para manobrar e se sentar na cadeira. “Vamos todos nos sentar e ter o máximo de informações possível, o mais rápido que pudermos. Por que você não começa nos dizendo o que tem lhe preocupado? No meu entendimento a Sarah está sem fazer contato por apenas algumas horas.”

      “Quase cinco horas agora,” Edward disse, falando pela primeira vez quando se sentou em frente ao Ray. “Ela ligou para a mãe ao meio-dia para dizer que se encontraria com uma amiga que não via há algum tempo. São quase cinco horas agora. Ela sabe que deve dar notícias a cada duas horas quando sai, mesmo que seja apenas um sms para dizer onde ela está.”

      “Ela não se esqueceu?” Ray perguntou, mantendo o seu tom neutro de modo que apenas Keri percebeu o seu ceticismo subjacente. Nenhum deles falou por um momento e Keri ficou preocupada, achando que Ray os tinha ofendido. Finalmente Mariela respondeu.

      “Detetive Sands, eu sei que pode ser difícil de acreditar. Mas não, ela não se esquece de fazer isso nunca. Ed e eu tivemos a Sarah depois de mais velhos. Depois de muitas tentativas

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