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já estava pronto. Riley serviu uma chávena e voltou ao quarto de Bill. Ele não estava lá. Mas a porta da casa de banho estava fechada e Riley conseguia ouvir a máquina de barbear de Bill do outro lado.

      Riley deu um toque na porta.

      “Sim, estou decente,” Disse Bill.

      Riley abriu a porta e viu Bill a barbear-se. Colocou o café na beira do lavatório.

      “Marquei-te uma consulta com o Mike Nevins,” Disse ela.

      “Para quando?”

      “Para agora. É o tempo de conduzires até lá. Envio-te uma mensagem com a morada do gabinete dele. Eu tenho que ir.”

      Bill pareceu surpreendido. É claro, Riley não lhe tinha dito que estava com pressa.

      “Tenho um caso no Iowa,” Explicou Riley. “O avião está à espera. Não percas a consulta do Mike Nevins. Se faltares eu descubro e vai ser uma carga dos diabos.”

      Bill tentou resistir mas então disse, “OK, eu não falto.”

      Riley virou-se para partir. Então pensou numa coisa que não tinha a certeza se devia mencionar.

      Por fim disse, “Bill, o Shane Hatcher ainda está à solta. Há agentes na minha casa. Mas recebi uma mensagem ameaçadora dele e ninguém o sabe exceto tu. Penso que ele não atacaria a minha família, mas não tenho a certeza. Se calhar…”

      Bill assentiu.

      “Eu mantenho as coisas debaixo de olho,” Disse ele. “Tenho que fazer alguma coisa útil.”

      Riley deu-lhe um abraço rápido e saiu do apartamento.

      Ao caminhar na direção do carro, olhou novamente para o relogio.

      Se não encontrasse trânsito, chegaria a tempo.

      Agora tinha que começar a pensar no seu novo caso, mas não estava particularmente preocupada com ele. Este não devia demorar muito tempo.

      No final de contas, que tempo e esforço exigiria um homicídio isolado ocorrido numa pequena cidade?

      CAPÍTULO NOVE

      Ao atravessar a pista em direção ao avião, Riley começou a preparar-se psicologicamente para o seu novo caso. Mas havia uma coisa que tinha que fazer antes de se embrenhar nele.

      Enviou uma mensagem a Mike Nevins.

      Envia-me uma mensagem quando o Bill aparecer. E também se não aparecer.

      Suspirou de alívio quando Mike lhe respondeu imediatamente.

      Fica descansada.

      Riley tinha consciência de ter feito tudo o que podia naquele momento pelo Bill e agora apenas dependia dele tirar partido dessa ajuda. Se alguém podia ajudar Bill a lidar com o que o atormentava, essa pessoa era Mike Nevins.

      Entrou para a cabina onde Jenn Roston já se encontrava sentada e a trabalhar no seu portátil. Jenn olhou para cima e fez um gesto com a cabeça enquanto Riley se sentava do outro lado da mesa.

      Riley retribuiu-lhe o gesto.

      Depois Riley olhou pela janela durante a decolagem e enquanto o avião ganhava altitude até atingir a velocidade de cruzeiro. Não lhe agradava o arrepiante silêncio entre ela e Jenn. Interrogou-se se Jenn também não o apreciaria. Estes voos eram geralmente uma boa altura para discutir detalhes do caso. Mas na verdade, ainda não havia grande coisa a dizer sobre este. Afinal de contas, o corpo acabara de ser encontrado naquela manhã.

      Riley tirou uma revista da sua mala e tentou ler, mas não se conseguia concentrar nas palavras. Ter Jenn sentada do outro lado tão silenciosamente era um factor de distração. Por isso, Riley limitou-se a fingir que lia.

      A história da minha vida por estes dias, Pensou.

      Fingir e mentir estavam a tornar-se uma rotina.

      Por fim, Jenn levantou o olhar do computador.

      “Agente Paige, eu estava a ser sincera na reunião com Meredith,” Disse ela.

      “Desculpe?” Disse Riley, olhando por cima da sua revista.

      “Sobre ser uma honra trabalhar consigo. Era um sonho meu. Sigo o seu trabalho desde a academia.”

      Por um momento, Riley não soube o que dizer. Jenn já lhe dissera o mesmo anteriormente. Mas mais uma vez, Riley não conseguia perceber pela expressão de Jenn se estava a ser sincera.

      “Ouvi falar grandes coisas a seu respeito,” Disse Riley.

      Por muito evasiva que parecesse, pelo menos era verdade. Sob circunstâncias diferentes, Riley estaria encantada por ter a oportunidade de trabalhar com uma nova agente inteligente.

      Riley acrescentou com um sorriso leve, “Mas não teria grandes expetativas se fosse a si – não em relação a este caso.”

      “Certo,” Disse Jenn. “Se calhar nem é um caso para a UAC. O mais certo é regressarmos a Quantico ainda esta noite. Bem, haverão outros.”

      Jenn voltou a sua atenção novamente para o seu computador. Riley interrogou-se se estaria a trabalhar nos ficheiros de Shane Hatcher. E claro, preocupou-se novamente em ter facultado aquela pen a Jenn.

      Mas enquanto pensava nisso, apercebeu-se de uma coisa. Se Jenn realmente quisera traí-la ao solicitar-lhe aquela informação, já não o teria usado contra ela?

      Lembrou-se do que Jenn lhe dissera ontem.

      “Tenho a certeza que queremos a mesma coisa – acabar com a carreira criminosa de Shane Hatcher.”

      Se isso fosse verdade, Jenn era uma aliada de Riley.

      Mas como é que Riley podia ter a certeza? Ficou ali a pensar se devia tocar no assunto.

      Não contara a Jenn a ameaça que recebera de Hatcher.

      Haveria razão para não o fazer?

      Poderia Jenn ajudá-la de alguma forma? Talvez, mas Riley ainda não se sentia preparada para tomar esse passo.

      Entretanto, parecia estranho que a sua nova parceira ainda a tratasse por Agente Paige quando insistira para que Riley a tratasse pelo seu primeiro nome.

      “Jenn,” Disse ela.

      Jenn ergueu o olhar do computador.

      “Penso que me deves tratar por Riley,” Disse Riley.

      Jenn sorriu e voltou novamente a sua atenção para o computador.

      Riley colocou a revista de lado e olhou pela janela as nuvens lá em baixo. O sol brilhava, mas Riley não o considerava alegre.

      Sentiu-se terrivelmente só. Sentia falta de Bill e da confiança que podia depositar nele.

      E sentia tantas saudades de Lucy que lhe doía por dentro.

      *

      Quando o avião aterrou no Aeroporto Internacional de Des Moines, Riley consultou o seu telemóvel. Ficou agradada por ver que recebera uma mensagem de Mike Nevins.

      O Bill está aqui comigo.

      Era menos uma preocupação.

      Um carro da polícia estava à espera à saída do avião. Dois polícias de Angier apresentaram-se na base das escadas do avião. Darryl Laird era um jovem desengonçado na casa dos vinte anos e Howard Doty era um homem mais baixo na casa dos quarenta.

      Ambos tinham expressões de espanto nos rostos.

      “Estamos contentes por cá estarem,” Disse Doty a Riley e Jenn enquanto os dois polícias as acompanhavam até ao carro.

      Laird disse, “Isto tudo é…”

      O

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