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ele pergunta.

      Polly assente discretamente com a cabeça, como se estivesse tentando guardar o segredo, sem sucesso.

      “Mas não conte para ninguém,” ela pede. “Há alguns outros também, mas a maior parte da realeza é humana. Eles querem ser como nós, mas há regras bastante rígidas quanto a isso. Não é permitido; somos nós e eles, e não temos permissão para cruzar essa linha. Não queremos que certos membros da realeza tenham muito poder – e Maria também insiste nisso.

      “De qualquer forma, esse lugar é simplesmente fabuloso. Não consigo imaginar que um dia isso chegue ao fim. Temos festas seguidas por mais festas, e bailes intermináveis, e concertos… Esta semana teremos um concerto maravilhoso; na verdade é uma ópera – já até escolhi meu vestido.”

      Ao chegarem até as portas, vários serviçais se apressam para abri-las. As portas douradas são enormes e Sam as observa espantado ao entrar no palácio.

      Polly atravessa um corredor comprido de mármore como se fosse a dona do lugar, e Sam precisa se apressar para acompanhá-la. Enquanto caminham, Sam olha tudo à sua volta, impressionado pelo luxo do lugar. Eles passam por diversos corredores, também feitos de mármore e repletos de espelhos dourados que refletem a luz de diversos lustres de cristal. O sol invade o lugar, iluminando ainda mais o local.

      Eles passam por diversas portas e finalmente chegam a um salão de mármore rodeado de colunas. Vários guardas estão a postos quando Polly entra na sala.

      Polly dá uma risadinha, aparentemente imune a eles. “Nós também podemos treinar aqui,” ela informa. “As instalações do palácio são as melhores que existem, e Aiden nos mantém sempre ocupados. Fico surpresa que ele tenha permitido que eu pausasse para ir buscar você. Você deve ser alguém mito importante.”

      “Então onde está ele?” Sam pergunta. “Quando poderei conhecê-lo?”

      “Nossa, você é bem impaciente, não é mesmo? Ele é um homem muito ocupado, e pode escolher não conhecer você por algum tempo, ou pode mandar alguém buscá-lo imediatamente. Não se preocupe, você saberá quando ele quiser vê-lo. Espere um pouco. Enquanto isso, pediram que eu lhe mostrasse seu quarto.”

      “Meu quarto?” Sam pergunta, surpreso. “Espere só um minuto, eu nunca disse que ficaria aqui. Como eu disse, eu realmente preciso encontrar minha irmã,” Sam começa a protestar —mas naquele instante, grandes portas duplas se abrem diante deles.

      Uma comitiva real de repente entra no salão, ao redor de uma mulher que fica no centro, sendo carregada em um trono real.

      Eles a colocam no chão e, ao fazerem isso, Polly faz uma saudação, inclinando-se para frente e gesticulando para que Sam faça o mesmo. Ele obedece.

      A mulher, Maria Antonieta, lentamente se levanta do trono e dá vários passos na direção deles, parando diante de Sam e gesticulando para que ele se levante. Sam mais uma vez obedece.

      Ela olha Sam da cabeça aos pés, como se ele fosse um objeto de seu interesse.

      “Então, você é o novo garoto,” ela diz, com o rosto sem expressão. Seus olhos verdes ardem com uma intensidade que Sam nunca tinha visto antes e ele sente, realmente, que ela é como eles.

      Finalmente, após segundos intermináveis, ela balança a cabeça afirmativamente. “Interessante.”

      Com isso, ela passa por eles e sua comitiva rapidamente a segue para fora do salão..

      Apenas uma pessoa fica para trás, obviamente alguém da família real. Ela parece ter 17 anos, e está usando um vestido de veludo azul real, dos pés a cabeça. Ela tem a pele mais clara que Sam já havia visto, cabelos loiro encaracolados e olhos azuis bem claros. Ela fixa o olhar em Sam, encarando-o abertamente.

      Ele fica hipnotizado pelo olhar dela, incapaz de olhar para qualquer outra coisa.

      Ela é a garota mais bonita que ele já havia conhecido.

      Após alguns segundos, ela dá um passo à frente e olha dentro dos olhos dele ainda mais de perto. Ela estica o braço, com a palma da mão virada para baixo, obviamente esperando que ele a beije. Ela se move devagar, com orgulho.

      Sam pega na mão dela, e sente a eletricidade ao tocar em sua pele. Ele leva os dedos dela até os lábios e os beija.

      “Polly?” a garota diz. “Você não vai nos apresentar?”

      Não é uma pergunta. É uma ordem.

      Polly limpa a garganta, relutantemente.

      “Kendra, Sam,” ela fala. “Sam, Kendra.”

      Kendra, Sam pensa, olhando dentro dos olhos dela, surpreso pela maneira como ela o encara com agressividade, como se ele já fosse uma propriedade sua.

      “Sam,” ela repete, sorrindo. “Um pouco simples, mas eu gosto.”

      CAPÍTULO SEIS

      Kyle arrebenta o sarcófago de pedra com apenas um golpe. Ele se parte em um milhão de pedaços, e ele caminha para fora do caixão vertical, inteiro e pronto para a ação.

      Ele dá uma volta e avalia o lugar, pronto para atacar qualquer pessoa que se aproxime. Na verdade, ele espera que alguém se aproxime para uma luta. Esta viagem no tempo tinha sido particularmente irritante, e ele está pronto para descontar sua raiva em alguém.

      Mas ao olhar a sua volta, para sua decepção, ele percebe que o local está vazio. Ele está sozinho.

      Lentamente, sua raiva começa a se abater. Ao menos ele tinha ido parar no lugar certo e, já pode sentir, no tempo certo. Ele sabe que tem mais experiência em viagens no tempo do que Caitlin, e que consegue definir mais especificamente o seu destino ao viajar. Ele olha ao redor e, para sua satisfação, percebe que está exatamente onde queria estar: Les Invalides.

      Ele sempre havia gostado da Les Invalides, o lugar tinha sido importante para os piores tipos de sua raça. Um mausoléu subterrâneo, o lugar é feito de mármore, decorando com bom gosto e repleto de sarcófagos alinhados junto às paredes. O prédio tem o formato cilíndrico, com teto altíssimo terminando em um domo.  É um local sóbrio, ideal para o último local de descanso para os soldados de elite da França. Kyle também sabe que é ali que Napoleão um dia seria enterrado.

      Mas ainda não. Eles ainda estavam no ano de 1789, e Napoleão – aquele bastardo – ainda está vivo; é um dos vampiros prediletos de Kyle. Ele deve ter em torno de 20 anos agora, pensa Kyle, ainda em começo de carreira. Ele não seria enterrado ali por muitos anos. Obviamente, sendo da mesma raça que ele, o enterro de Napoleão seria apenas um engodo, apenas uma forma de fazer com que os humanos acreditassem que ele era um deles.

      Kyle sorri ao considerar sua situação. Aqui está ele, no túmulo de Napoleão, antes mesmo que ele tenha “morrido.” Ele está ansioso para revê-lo, para relembrar os velhos tempos. Napoleão é, afinal, um dos poucos vampiros por quem Kyle sente algo parecido com respeito. Mas é também um arrogante de merda, e Kyle terá que lhe ensinar uma lição.

      Kyle caminha devagar e enquanto ouve seus próprios passos, considerado seu estado físico. Ele certamente já tinha vivido dias melhores; havia perdido um olho contra aquela criança horrível, – filho de Caleb – seu rosto desfigurado pela luta contra Rexius ainda em Nova Iorque. Se isso não bastasse, ele agora também tem uma ferida no rosto, do golpe que Sam havia usado contra ele no Coliseu. Ele está um bagaço, e sabe disso.

      Mas estranhamente, ele também gosta disso. Ele é um sobrevivente. Está vivo, – ninguém tinha sido capaz de detê-lo, e ele sente mais ódio do que nunca. Ele está determinado a impedir que Caitlin e Caleb encontrem o Escudo, e também quer fazer com que paguem. Ele vai fazê-los sofrer como ele tinha sofrido. Sam também está em sua lista agora- os três estão – e ele não vai desistir até que possa torturar cada um deles, bem devagar.

      Com alguns saltos, ele sobre a escada de mármore, chegando ao nível superior do túmulo. Kyle circula a área, caminhando até o fim da capela sob o grande domo, e coloca o braço atrás do altar.

      Ele

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