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O Encontro Entre Dois Mundos. Aldivan Teixeira Torres
Читать онлайн.Название O Encontro Entre Dois Mundos
Год выпуска 0
isbn 9788873047841
Автор произведения Aldivan Teixeira Torres
Жанр Приключения: прочее
Издательство Tektime S.r.l.s.
—Calma, filho de Deus. Eu deveria ter dito para você ter mais cuidado por sua sensibilidade. Aqui foi a residência do seu antepassado Vitor Torres e foi onde ele desenvolveu seus dons. O que foi que você viu? (Indagou o ancião)
—Um pouco dos sentidos dele. Mas foi tudo muito rápido. Fiquei um pouco com medo e sofri ainda mais por isso. (Revelou o vidente)
—Já passou. Estamos aqui com você. (Disse Renato)
—Na verdade, não tem que ter medo. Você é outra pessoa, estamos em outra época e as situações são distintas. Basta ter um pouco de cuidado e controlar seu dom que está ainda em desenvolvimento. Mas não se preocupe. Eu o ensinarei quando começar o nosso treinamento. Por enquanto, devem saber que aqui é um dos locais apropriados para vencer barreiras do tempo, espaço e abrir as portas para o outro mundo. Quem souber dominar o seu poder, pode conquistar tudo na vida e vencer seus inimigos. Não há limites— Explicou Angel.
—Entendo. Estou disposto a conhecer meus limites e a descobrir totalmente meu destino mesmo que isto envolva riscos altos. É necessário para minha carreira e para minha evolução espiritual e humana. (Declarei, o vidente)
—Estamos acostumados a correr riscos. (Complementou Renato)
—Você vai até onde puder. Não é irreversível este processo. Podes desistir a qualquer momento, fechar as suas portas espirituais e renunciar a esta dádiva. É tudo uma questão de escolha. Podemos continuar o passeio? (O mestre)
Confirmamos que sim. Saímos das ruínas da casa e pegamos outra trilha em direção ao leste. O novo começo de caminhada abre mais minhas perspectivas o que me faz ter mais esperanças de sucesso. Alheios a tudo, Renato e Angel continuam me acompanhando e dando a força necessária nos momentos certos. O que seria de mim daqui por diante? Eu não tinha ideia mas continuaria a minha jornada não importando os obstáculos ou os perigos que corresse.
Continuamos caminhando. Quando o cansaço bate, paramos e procuramos uma sombra de uma árvore a fim de descansar. Com este objetivo, nos desviamos um pouco da trilha e ao achar a árvore nos abrigamos e desabamos no chão. Angel ri e retoma o diálogo.
—Também está cansado, Filho de Deus? Pensei que os super-heróis fossem feitos de ferro. (Brinca Angel)
—Nem fala. Apesar de todos os meus predicados, eu sou uma pessoa comum em relação ás fraquezas, aspirações, medos e inquietações. Mas sei ser forte quando é necessário. (Comentei, o vidente)
—Concordo. Já o acompanhei em duas aventuras e posso dizer que ele soube corresponder às expectativas de seus mestres. Fez uma viagem no tempo, solucionou injustiças, voltou a montanha, aprendeu sobre os pecados capitais, em viagem a uma ilha embarcou num navio de piratas e se saiu muito bem. (Renato)
—Interessante. Mas saibam que desenvolver os dons vai exigir uma audácia maior da parte de vocês do que das vezes anteriores. Desta vez, escolhas importantes terão que ser feitas. (Angel)
—Quais, por exemplo? (Pergunto, o vidente)
—Calma. Ainda não é chegada a hora. Controle sua ansiedade pois ela pode lhe atrapalhar. (O ancião)
—Desculpa. Já descansei. Vamos continuar? (Vidente)
—Está de acordo, Renato? (Angel)
—Sim. Vamos. (Renato)
Saímos rapidamente, retomamos a trilha em silêncio e a cada passo ultrapassamos obstáculos. O clima é agradável, estamos tranquilos e nada neste momento parece impossível apesar do desafio gigantesco de se aventurar naquelas terras. Dobramos a esquerda, a direita, encontramos pessoas, as cumprimentamos e neste vaivém chegamos depois duma hora de caminhada a uma planície extensa, sem vegetação, rodeada por rochas vermelhas. No centro, uma pedra grande. Angel pede para Renato ficar e avança um pouco mais comigo até o centro. Subimos em cima da pedra, ele me convida a sentar e depois, deitar. Pede que eu feche os olhos, eu obedeço e sinto mãos experientes pousarem em minha cabeça. Como se fosse uma chuva, sinto raios de energia penetrarem em minha mente como da última vez. Mas desta feita, eles em vez de me acalmar me deixam mais inquieto por causa das visões que se revelam pouco a pouco na tela da minha mente. Vejo dor, opressão, perseguição, calúnias, maus entendidos, problemas de relacionamento amoroso e de amizade, solidão, lutas internas, fracassos nem sempre assimilados, mas no fim de tudo uma luz bem vibrante. Tento me aproximar da luz e ao chegar bem perto, desperto. Ao meu lado está Angel, um pouco sério.
—Viu filho de Deus, o que te espera? Nem sempre temos tudo nesta vida, entende? (Angel)
—Sim.Entendi. Mas eu escolho tentar. É meu sonho, desde criança e nem todas as dificuldades do mundo irão me impedir. No fim de tudo, há uma luz. Como alcançá-la? (Indagou o pequeno sonhador)
—Esta resposta só você pode descobrir dentro de você. Eu sou apenas mais uma seta que o destino colocou a sua frente assim como os seus outros mestres. Se estiver disposto a me ouvir sempre, mesmo que seja inconscientemente, provavelmente obterás sucesso. Digo isso não com orgulho, mas com a humildade de quem já viveu muito, cento e treze anos, e que já experimentou de tudo nesta vida. Falta apenas você dizer que sim. (Angel)
—Sim. Ouvir-te-ei e aprenderei o segredo dos sete dons. Esforçar-me-ei para isso. (Divinha)
—Muito bem. Gosto de jovens determinados. Voltemos agora, Renato nos espera. (O mestre)
—Tudo bem. Vamos. (O vidente)
Deixamos a pedra, retornamos pelo mesmo caminho, reencontramos Renato e juntos começamos a fazer o caminho de volta a casinha de sapê. Pegamos um atalho pois o dia já avançava. Passamos por lugares diferentes, vivemos novas experiências, encontramos mais pessoas, conversamos um pouco a fim de nos conhecer melhor e assim o tempo vai passando. Quando menos esperamos, chegamos ao destino. Entramos na casinha, nos dirigimos a cozinha e preparamos um alimento rápido. Ao comer, recuperamos um pouco as forças e, como já estava tarde, resolvemos tirar um cochilo. Eu, na cama de capim, Renato, na rede, e Angel, no chão. O que nos esperava? Continue acompanhando, leitor.
Acordamos juntos por coincidência.Ao conferir a hora, verificamos que já era seis da noite.Angel,amigavelmente,nos convida a sair e ajudá-lo a fazer a fogueira a fim de nos aquecer e nos iluminar em substituição á luz elétrica que o mesmo se negava a instalar. Aceitamos o convite, pegamos as toras e os gravetos de madeira atrás da casa e levamos até a frente. Quando arrumamos uma boa pilha, Angel nos ensina a fazer fogo com as pedras. Depois de algumas tentativas, conseguimos e ficamos a nos aquecer, a observar as estrelas, a curtir a brisa da noite e a papear. Um pouco de nossas conversas está transcrito abaixo:
—Vejam que maravilha de mundo Deus nos deu. Cada astro do céu é um filho dele, assim como nós. Não devemos desperdiçar nosso tempo com preconceitos, brigas, intrigas e violência. Pois o tempo passa rápido e devemos aproveitar cada segundo dele como se fosse o último. (Angel)
—Tem razão. Eu ainda não aproveitei a minha vida ainda como deveria e me arrependo disso. Fui um jovem criado na rigidez da fé católica e a noção de pecado que me ensinaram é totalmente diversa da que acredito hoje. Tudo para mim era pecado e por isso deixei de viver interessantes experiências. Um dia, despertei para