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Olivia não era do tipo nervoso. Patrícia sabia disso tão bem quanto qualquer um na família dela. Ela tinha uma ideia do que Patrícia estava sugerindo. Olivia ficou em silêncio e esperou que ela continuasse em vez de adicionar combustível no que estava acontecendo na mente da mulher.

      Ela não teve que esperar muito tempo.

      — Rafael está aqui, você sabe. — Patrícia disse em tom de conversa, mas Olivia podia ver o brilho calculista nos olhos azuis-claros da mulher. Como se ela estivesse tentando saber se a presença do ex de Olivia iria deixá-la nervosa ou não.

      É claro que Rafael estava lá. Ele era o melhor amigo de Danilo. Ele teria sido incumbido com o dever da festa de casamento assim como ela.

      Olivia deu de ombros. — Eu imaginei que ele estaria.

      — Ela se viu recebendo um longo olhar. — Isso não vai ser um problema, não é?

      — Ela deu um tapinha no braço da mulher. — Eu não vou deixar. — Olivia não ia permitir que nada estragasse o casamento ou qualquer uma das festividades. Seus melhores amigos estavam se casando. Olivia conhecia Rafael bem o suficiente para acreditar que ele estaria tão relutante quanto ela em fazer qualquer coisa para estragar o dia deles.

      Olivia se permitiu ser levada ao edifício opulento que era a porta de entrada para o resort, e através do salão arqueado para a mesa. O lugar inteiro era de tirar o fôlego. De alguma forma era moderno, mas ao mesmo tempo se misturando ao redor, graças à abundância de pedra natural e vidro que ajudaram os edifícios a quase se tornarem um com a montanha que eles aninhavam.

      A voz de Patrícia tirou Olivia de seu devaneio. — Faça o check-in, querida. Eu vou deixar Jane saber que você chegou e vou mandar o estilista e tudo mais para sua vila.

      — Tudo bem. — Olivia sorriu e o manteve colado no rosto enquanto se virava para a recepcionista pequena e de aparência inocente.

      Radiante de felicidade, ela fez o check-in de Olivia enquanto falava tolamente sobre o tempo e lhe desejava uma estadia agradável.

      Agradável? Ela não tinha certeza disso, mas seria uma estadia interessante, no mínimo.

      Ainda assim, Olivia não iria torcer o nariz para o ambiente luxuoso do resort.

      Era bom ter uma folga, não importa o quão breve fosse a pausa. O trabalho sempre pareceu ser sua prioridade e, nos últimos tempos, isso estava pesando sobre ela. Não que ela não gostasse de seu trabalho como restauradora de belas artes em um dos maiores museus ‘não apenas de Londres, mas do mundo’, como dizia seu orgulho. O grau de concentração e meticulosidade que a conservação de pinturas exigia era exaustivo de se acompanhar, deixando-a esgotada e com muita necessidade de distração. Olivia não conseguia se lembrar de suas últimas férias, como foram, então apenas ter a chance de relaxar uma vez foi fantástico. Ser capaz de recarregar em um lugar tão mágico quanto este era um sonho que se tornou realidade.

      Olivia nunca tinha estado no Brasil e nunca imaginou, quando ela e Jane conheceram Rafael e Danilo por acaso em um jantar beneficente para o museu, que isso levaria ao outro casal a se casar. Ainda mais difícil de imaginar era que Danilo pagaria para que todos os convidados do casamento viajassem para o Brasil e ficassem em um dos lugares mais bonitos que ela já tinha visto.

      Não que ela tivesse estado em muitos hotéis de classe mundial. Mas se ela tivesse, Olivia tinha certeza de que este lugar estaria na lista dos melhores.

      Ela seguiu as instruções que recebeu para encontrar sua vila. O fato de ela ter uma para si mesma era incrível. Olivia tinha se dado ao trabalho de ler um pouco sobre o resort durante o voo, então ela conhecia o layout básico, onde sua vila estava situada e a área geral ao redor dela.

      Isso não a impediu de explorar enquanto caminhava. Tudo o que estava à vista era tão incrivelmente bem projetado que ela podia imaginar cada edifício, cada caminho, todas as plantas e árvores, tendo brotado do solo naturalmente.

      Uma batida em staccato de saltos na pedra atrás dela chamou sua atenção, embora ela não tenha diminuído a velocidade de passeio pela vegetação.

      — Você deve ser Olivia. — A pronúncia seca em adição ao sotaque britânico deu um toque adicional às suas palavras.

      Olivia sorriu para a mulher de aparência atormentada e para a equipe que a seguia, sabendo que eles deveriam estar muito ocupados. — Eu devo ser. E você é…

      — Estamos aqui para prepará-la para o casamento. — Ela consultou o relógio, embora Olivia tivesse a sensação de que era apenas para mostrar. A mulher provavelmente sabia que horas eram e quanto faltava até a cerimônia até o milissegundo.

      — Ótimo. — Olivia apontou na direção da vila quando ela apareceu. — Eu estou naquela.

      — Brilhante. — De alguma forma, a palavra soou como se a mulher não estivesse feliz enquanto avançava.

      Olivia mal teve um momento para se apressar, abrir a porta e olhar ao redor para o suntuoso interior da vila antes que o grupo a cercasse e começasse a trabalhar.

      Precisamente trinta minutos depois — ela sabia porque não tinha nada a fazer a não ser obedecer às ordens e observar os segundos passando em um relógio próximo — Olivia olhou para seu reflexo e mal podia acreditar que eles haviam trabalhado tão rapidamente e com resultados tão fabulosos.

      O lindo verde jade claro de seu vestido de madrinha complementava seu tom de pele dourado pálido e cabelo escuro. Era um vestido império, tomara que caia, na altura dos seus tornozelos, feito de um chiffon leve e transparente, perfeito para um casamento na praia. Virando-se para o lado, ela admirou o penteado elegante do seu cabelo e o trabalho de maquiagem excelente. Até as unhas dos pés descalços foram pintadas para combinar com as cores que ela usava. Jane definitivamente escolheu a equipe certa para executar sua visão.

      — Temos exatamente sete minutos para levá-la à praia. — Olivia tinha certeza de que o rosto da Cronometrista Ansiosa estava tão rígido que o coque na parte de trás de sua cabeça iria se desfazer a qualquer momento. Ela entregou a Olivia um buquê de plumérias fúcsias vívidas intercaladas com orquídeas borboleta brancas que criavam um contraste vibrante com o verde suave de seu vestido. — Me siga.

      Obviamente, ela deveria ir descalça. Olivia deu ao pequeno time um sorriso agradecido enquanto eles passavam em fila. Seguindo no final da procissão, ela fechou a porta e, como os outros, alinhou-se atrás de seu líder em uma marcha quase militarista por outro caminho sinuoso.

      Os sons das ondas estavam claros agora. O cheiro do oceano chegou fresco e limpo até ela muito antes de ela ter um vislumbre de areia branca suave e da água azul brilhante. Era muito diferente das praias menos pitorescas de Southampton e Dover. Infinitamente melhor.

      Olivia adicionou à sua lista mental de aromas favoritos.

      Finalmente, uma grande tenda branca surgiu entre as árvores. Colocada na praia, e aninhada ao lado, como se os organizadores estivessem tentando escondê-la, bem como o que estava acontecendo lá dentro.

      — Jane? Sua madrinha está aqui e já está pronta.

      — Olivia! — O grito de alegria veio de dentro.

      Tomando isso como um convite, a tensa estilista afastou o tecido que servia de porta e acenou para Olivia entrar.

      — Obrigada. — O pano desceu atrás dela. Oliva não pôde deixar de notar o quão espaçosa a tenda era, apesar de seu exterior enganoso, antes de sorrir para a noiva. — Ela não é do tipo amigável, não é?

      Jane sacudiu a cabeça. — Não, mas ela é excelente no que faz.

      Todos os pensamentos sobre a mulher mandona desapareceram quando Olivia absorveu a visão de sua melhor amiga.

      — Jane… você está incrível.

      E ela estava. Bronzeada e resplandecente em um vestido de alta costura que poderia ter sido tirado

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