ТОП просматриваемых книг сайта:
Paixão cruel - Três semanas em atenas. Janette Kenny
Читать онлайн.Название Paixão cruel - Três semanas em atenas
Год выпуска 0
isbn 9788413752730
Автор произведения Janette Kenny
Жанр Языкознание
Серия Ómnibus Geral
Издательство Bookwire
Com apenas cinco segundos de sobra, Kira saiu do roupeiro com uma saia estampada que lhe marcava as nádegas e as coxas e deixava os joelhos e a barriga das pernas a descoberto e com uma camisola de Verão turquesa perfeitamente moldada aos seios que ele conhecia tão bem. Inconscientemente, ele sentiu-os novamente nas palmas das mãos enquanto ela calçava umas sandálias de salto alto e punha o nécessaire numa pequena mala de viagem. Depois, procurou a sua mala e pegou no telemóvel. Rapidamente, André tirou-lhe a mala e o telefone, que deixou numa estante.
– Portanto, conseguiste telefonar a Peter? – perguntou ele, brincalhão, segurando a mala e dirigindo-se para a porta.
– Deixei uma mensagem ao meu advogado.
– Espero que tenha sido de despedida – André abriu a porta e convidou-a a sair.
Kira olhou para a estante uma última vez e, com a cabeça erguida, saiu para o corredor. André seguia-a, observando o movimento sinuoso das suas ancas. Ela entrou no elevador e André fez o mesmo. A bagagem obrigou-os a ficarem mais próximos.
As portas começaram a fechar-se e, exactamente naquele momento, começaram a abrir-se as portas do elevador da frente. Durante uma décima de segundo, ambas as portas permaneceram abertas e André olhou para Peter Bellamy. O seu rival olhou para ele com raiva e, depois, fixou o olhar em Kira.
Ao vê-la tão perto de André, Peter ficou boquiaberto: a sua amante ia fugir com o seu inimigo. Furioso, fixou novamente o olhar em André.
Ele sorriu, passou um braço pelo ombro feminino e ofereceu um sorriso carregado de ironia ao seu rival.
Capítulo 2
Ao trocar o avião privado de André pela limusina que os esperava no aeroporto internacional de Martinica, Kira perguntou-se quando acabaria aquele dia, cansada depois do longo trajecto de Las Vegas, durante o qual nem sequer pudera falar com André. Ele perdera-se num silêncio absoluto e frustrara as suas esperanças de falar com ele racionalmente durante o voo.
E não era só ela que estava cansada.
As olheiras e a barba incipiente no rosto masculino reflectiam também o seu cansaço. Ao olhar para ele, Kira recordou a sensação daqueles lábios firmes nos seus, destruindo as suas defesas e dissipando os seus medos. Recordou como as suas mãos, a sua boca e o seu corpo a tinham levado ao primeiro orgasmo demolidor e tinham continuado a fazê-lo mais vezes do que ela conseguia recordar, até a deixarem deliciosamente saciada e mais feliz do que nunca.
Isso fora a calma antes da tempestade. O que agora não conseguia imaginar, enquanto a limusina avançava pelos campos de açúcar em direcção a Fort-de-France, era que tempestade se aproximava com André.
Há três meses, ambos, dominados pela raiva, tinham expressado o desejo de não quererem voltar a ver-se. No entanto, pouco depois, ela telefonara-lhe e, agora, ele fora ter com ela. Ou teria planeado ir ao Château de qualquer modo, para a raptar?
Provavelmente, esse era o caso e fora por isso que ela decidira que seria melhor manter o seu segredo durante um pouco mais de tempo. Demasiado cansada para continuar a pensar, Kira esticou as pernas e observou os exuberantes jardins tropicais que se prolongavam para ambos os lados da ampla avenida. À medida que se aproximavam do porto, entraram numa zona de lojas pitorescas e casas às cores com um fundo de colinas de palmeiras frondosas. Música reggae ecoava na zona do mercado ao ar livre, onde as mulheres vestiam roupas de cores vivas e as crianças brincavam, despreocupadas, nas calçadas.
Kira levou uma mão à barriga, ainda plana, e esboçou um sorriso triste. Como é que André reagiria quando lhe dissesse que esperava o seu filho? Aceitaria a sua responsabilidade com uma indiferença resignada, como o seu próprio pai fizera? Não, não podia ser assim tão cruel e tão frio.
– O que se passa? – perguntou André, inclinando-se para ela. – Estás doente?
«Estou grávida». Kira olhou para ele, disposta a dizer-lhe, mas os olhos do homem eram tão pretos e turbulentos como uma tempestade invernal. E ela estava demasiado cansada para enfrentar toda a força e a raiva que o imaginava capaz de desencadear.
– Estou cansada – disse, finalmente. – Foi uma viagem muito comprida.
– Poderás descansar no barco – disse ele. – Só falta uma hora de viagem.
A limusina chegou, finalmente, à baía de Flamands Bay, onde estava atracado um enorme barco de cruzeiro entre um bom número de catamarãs e iates que se balançavam languidamente nas águas turquesa das Caraíbas. André saiu da limusina assim que ela parou e deu a volta para lhe abrir a porta. Baixando-se ligeiramente, estendeu-lhe a mão.
Kira olhou para a mão de dedos compridos e elegantes e pele bronzeada e recordou a sensação daquelas mãos a acariciarem o seu corpo nu e a levá-la várias vezes ao máximo prazer.
– Não mordo – disse ele, ao vê-la hesitar, num tom não isento de arrogância.
– Não seria a primeira vez – respondeu ela e viu nos olhos masculinos o mesmo brilho de paixão que ela sentia. Imediatamente, arrependeu-se das suas palavras.
– Eu não era o único com dentes, ma chérie – defendeu-se ele, segurando na sua mão.
Kira gostaria de se afastar, mas não conseguiu. Desejou apoiar-se nele, mas não se atreveu. No entanto, o calor da sua pele e o contacto fizeram-na sentir-se segura e protegida e, deixando-se levar, saiu do veículo.
Que patética! Só uma parva teria fantasias com o homem que a acusava de levar os paparazzi para a sua ilha, um homem que ficara com as acções maioritárias no seu hotel e que a obrigara a voltar à ilha, ao mesmo lugar onde vivera os momentos mais apaixonados da sua vida, onde tinham concebido um filho.
No molhe, André levou-a até uma pequena lancha atracada no barco. Kira sentiu-se atónita.
– Por favor, diz-me que não tenho de andar naquela lancha.
– Oui, é a forma mais rápida.
Inconscientemente, chegou-se para trás, o que não era fácil, tendo em conta que ele continuava a dar-lhe a mão e tremiam-lhe os joelhos.
– Não, não consigo.
Ele olhou para ela com intensidade.
– Não tens outra alternativa.
Kira engoliu em seco e fechou os olhos, tentando acalmar a sua ansiedade.
– As lanchas pequenas dão-me verdadeiro pânico.
– Não tens nada a recear.
Aterrada, percebeu que ele falava muito a sério, ignorando, é claro, que ela estivera prestes a morrer num acidente de barco no lago Mead, perto de Las Vegas. Aquela lembrança e as suas consequências devastadoras ainda continuavam vivas na sua mente. Não, não conseguia entrar naquela lancha.
Escapou bruscamente da mão masculina, contudo, antes de conseguir virar-se e fugir dali, André pegou nela ao colo e entrou na lancha com ela.
– Calma, ma chérie. Vês aquele iate ancorado no meio da baía?
Efectivamente. Um iate branco e elegante brilhava como uma pérola contra o céu alaranjado do entardecer. Mas estava muito longe.
– No Sans Doute estarás perfeitamente – declarou ele, pondo-a no chão, ao mesmo tempo que dava instruções em francês ao jovem que se ocupava do motor. Depois, sentou-se no banco e puxou-a, sentando-a ao seu lado.
O corpo de Kira tremia com um medo incontrolável e agarrou-se com tanta força ao banco que ficou sem sensibilidade nos dedos. André observava-a com o sobrolho franzido.
– Mon Dieu, tens mesmo medo.
Ela assentiu em silêncio.
André