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para baixo, esfregou o cotovelo. "Hector," acrescentou ela, hesitante.

      Hector revirou os olhos. "Sério, apenas relaxe! Você estava sendo uma vlaka ontem? Sim, você estava. Todos nós, incluindo o Armadillo, já deixamos isso pra lá? Sim, já deixamos." Ele coçou a cabeça de Armadillo quando falava. "Sinta-se em casa. Ah, isso me lembra."

      Ele enviou um comando de transação no véu. "Aqui está sua mesada, 500 euros, mais 200 para que você possa pegar a cama extra. Pickle, você vai conseguir resolver isso? Eu tenho três pedidos hoje, eu realmente não posso sair com vocês."

      "Claro." Pickle sorriu. "Hora das compras! Eu sei que é só uma cama, mas ainda assim..." ela falou baixinho.

      Cherry deixou seu queixo cair. Vários segundos se passaram antes que ela finalmente o fechasse. "Desculpe-me, mesada?"

      Pickle a agarrou e a virou, então sussurrou em seu ouvido, "Sim, nós temos uma mesada, agora shhhiu."

      Cherry ainda estava atordoada. "Desculpe mas, o que você quer dizer com uma mesada, simples assim," ela perguntou, acenando com a mão, ignorando os sussurros de Pickle.

      Hector encolheu os ombros. "Para coisas femininas. Bebidas. Roupas. Maquiagem? Eu não sei, sou apenas um homem. Porque você está me perguntando isso?" Ele tornou perfeitamente óbvio o fato de que o assunto estava terminado ao virar de costas. Se ele tivesse um jornal de estilo antigo em suas mãos, ele o abriria e esticaria as páginas agora, era essa sua postura.

      Pickle puxou seu braço, mas Cherry ainda não estava convencida. "Você está me dando dinheiro só para gastar. Sem pedir nada em troca."

      Ele franziu a testa. "Espero que você treine e forme um time com Pickle, depois jogue jugger. Isso é pedir demais?"

      Pickle continuou puxando e, dessa vez, Cherry, com raiva, bateu em seu braço. "Não, o que quero dizer é que você não quer nada antes? Eu geralmente tenho que chupar um p-"

      "Blá-blá-blá," Pickle interrompeu e cobriu a boca de Cherry. Então ela trocou as mãos e enfiou uma torrada amanteigada em sua boca. "O café da manhã é a refeição mais importante do dia, especialmente para garotas jovens como você. Mastigue."

      "Mugh, mng, nf," disse Cherry, de boca cheia, olhando sua amiga com raiva.

      "Estou tão feliz por você amar minha torrada," disse Pickle, parecendo satisfeita. "Vamos terminar o resto no quarto e ver como vamos encaixar os móveis lá, ok? Maravilha." Ela arrastou a jovem pelo braço para o quarto.

      "Ficou maluca?" Pickle sussurrou depois de fechar a porta.

      Cherry olhou em volta. "Suponho que sim. Eu só... não faz sentido. No meu cérebro." Ela cutucou sua têmpora, os olhos arregalados.

      "Sim. Eu percebi." Pickle assentiu furiosamente.

      "Ele é de verdade?" Cherry apontou um polegar na direção dele.

      "Sim!" Pickle gritou com um sorriso forçado. "E vamos manter assim, está bom?"

      Cherry suspirou audivelmente e sentou na cama. "Sinto muito. Estou estragando tudo, não estou?"

      "Está tudo bem." Pickle abriu o armário e tirou um top casual e um shorts. "Agora, vamos às compras, sim?"

      Cherry se animou. "Eu gostaria de algumas roupas novas! O que você vai pegar para você?"

      "Nada. Gasto tudo em picles."

      "Qual é!?" Cherry zombou. "Isso não pode ser verdade," ela sorriu.

      "Eu sei, eu sou terrível," disse Pickle, esfregando sua barriga. "Eu não posso evitar." Ela se inclinou e sussurrou, "Se eu pudesse voltar no tempo... Eu faria tudo de novo, da mesma maneira."

      GOTA SEIS

      Hector trabalhou arduamente a manhã inteira e ficou satisfeito com seu progresso na confecção dos pedidos. Não era muito, um era um ajuste, o dono do colete simplesmente ganhara alguns quilos. O outro era uma proteção de tórax típica de um guarda-costas, o mínimo que o seguro cobriria. Hector esperava que o pobre rapaz não se envolvesse em nada sério. E o terceiro pedido, ainda à espera de ser feito, era uma de suas peças de desfile.

      Ele percebeu que estas estavam ganhando força no mercado. Ele precisava fazer algo sobre isso. Anotando-o em sua sempre crescente lista de tarefas, bebeu um pouco de café e voltou ao trabalho.

      Enquanto suas mãos executavam sua tarefa, sua mente vagava. Ele agora vivia com duas mulheres sob o mesmo teto. Imagine isso. Seus pensamentos se voltaram para os eventos recentes. Esta vida era insana. Ele havia testemunhado em primeira mão um abuso, um abuso sexual e um assassinato em um período de algumas semanas. Ele não era ingênuo, ele sabia que essas coisas estavam acontecendo lá fora. Mas, ver isso sendo comercializado assim...

      Era errado.

      A Dionysos Entertainment havia criado uma indústria inteira que explorava pessoas para entretenimento. Ele não pôde deixar de lembrar dos gladiadores romanos ao pensar no Torneio Cyberpink, escravos que sangravam pela alegria momentânea das massas. Ele puxou um documentário em seu véu e distraidamente ouviu enquanto trabalhava. O documentário mostrou que os gladiadores estavam lá para ganhar, obter patrocínios, vender azeite de oliva e outros produtos locais, aproveitando a fama fugaz antes de morrer desnecessariamente no ringue, ainda esperando pela liberdade passageira, mesmo no final.

      Ele bufou. Isso era exatamente a mesma coisa. Substitua a luta de gladiadores por jugger, homens por mulheres modificadas e sangue vermelho por cor-de-rosa. Faça tudo isso e você terá o Torneio Cyberpink.

      Nada nunca muda.

      GOTA SETE

      Hector ouviu um grito agudo. Ele largou as ferramentas, pegou um martelo e correu para o andar de cima, subindo os degraus de dois em dois. Uma vez lá, ele ouviu um grunhido masculino e encontrou uma Cherry muito confusa e molhada com apenas uma toalha de banho, se escondendo de Tony.

      "Porra, ela é mesmo Qwik! Eu nem vi de onde veio", Tony estremeceu de dor, segurando suas bolas.

      Hector relaxou e afastou o martelo.

      "Ele-ele simplesmente invadiu aqui!" Cherry gaguejou, apontando um dedo para o nerd com excesso de peso.

      "É... Desculpe por isso. Ele é, na verdade, um amigo, e não, eu não diria que ele é inofensivo, então mantenha sua guarda quando estiver perto dele. Tony, diga oi para essa moça adorável." Hector abriu as palmas das mãos no gesto habitual de um anfitrião que está apresentando duas pessoas uma à outra. Cherry estava, de fato, fervendo de raiva. Jovem, com seios muito suculentos e alegres que não poderiam ser contidos por uma mera toalha. Pernas longas, rostinho fofo, bunda grande. Hector tinha realmente visto o pacote completo naquele jogo de queimada de dementes nas Pinups. Sim, Cherry era uma garota sexy, não havia como negar. Ele podia entender a luxúria de Tony, mas na verdade, um homem deveria ser capaz de se controlar.

      "Oi. Cherry, claro. Eu sei tudo sobre você," disse Tony como um roedor. "Medidas, hobbies, até aquela marca de nascença que parece um par de cerejas na sua coxa."

      "O quê?" ela exclamou, encobrindo.

      "Sim, você pode não querer lidar com isso depois," Hector estremeceu. Ele puxou o homem tarado para longe e entrou na cozinha. "Vá se vestir, Cherry. Estaremos na cozinha."

      Ela assim o fez e Tony mordeu o lábio. "Porra, cara. Ela é ainda mais gostosa pessoalmente. Eu perdi as palavras, desculpe. Eu não conseguia pensar."

      "Sim, sim, eu sei para onde o fluxo sanguíneo foi." Hector empurrou-o para baixo na cadeira e serviu ouzo para os dois. "Olha, esta é uma questão real de RH. Se vamos fazer isso aqui com o Pies, você precisa se controlar. Eu não posso aceitar você desejando cada peituda que aparece nas proximidades."

      Tony fungou uma vez e se recompôs, endireitando as costas. "Eu posso lidar com isso," disse ele, em seguida, engoliu todo o copo de ouzo.

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