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imortal", responde o rei, caindo na gargalhada.

      "Você não precisa do Santo Graal para isso," diz outro cavaleiro. "Tudo que você precisa é ser transformado."

      Um silêncio tenso de repente toma conta da mesa. Claramente, aquele cavaleiro tinha falado demais, ultrapassando algum limite ao mencionar um assunto tabu. Ele abaixa a cabeça, envergonhado, reconhecendo o seu erro.

      Caitlin vê a expressão sombria no rosto de McCleod, e naquele instante ela percebe que ele deseja desesperadamente ser transformado. E que ele obviamente ressente o coven de Aiden por não fazer sua vontade. Claramente, aquele cavaleiro tinha tocado em um ponto sensível, um ponto de tensão entre as duas espécies.

      "E como é que é?" Pergunta o rei em voz alta, dirigindo sua pergunta para Caitlin, por algum motivo. "A imortalidade?"

      Caitlin se pergunta por que ele tinha que perguntar isso a ela, de todos os vampiros que estavam ali. Ele não poderia ter escolhido outra pessoa?

      Ela pensa sobre isso. Como é ser imortal? O que ela poderia dizer? Por um lado, ela ama a imortalidade, adora viver em diferentes períodos e lugares, vendo a sua família e amigos repetidas vezes, em cada novo destino. Por outro lado, algumas partes dela ainda desejam que ela tenha uma vida normal, deseja que haja uma sequência normal para as coisas. Acima de tudo, ela havia se surpreendido com a sensação de brevidade da imortalidade: por um lado, ela tem a impressão de que sua vida duraria para sempre, mas por outro lado, ainda sente como se nunca houvesse tempo suficiente.

      "Ela não é tão permanente quanto você deve imaginar."

      O resto da mesa balança a cabeça em aprovação para sua resposta.

      McCleod de repente se levanta da cadeira. Assim que ele faz isso, os outros também se levantam, colocando-se a postos.

      Enquanto Caitlin repassa a conversa em sua mente, se perguntando se teria dito algo para deixá-lo transtornado, de repente ela sente sua presença atrás dela. Ela se vira, e ele está em atrás de sua cadeira.

      "Você é sábia além de seus anos," ele diz. "Venha comigo. E traga seus amigos. Eu tenho uma coisa para lhes mostrar. Algo que está esperando por você há muito tempo."

      Caitlin fica surpreso. Ela não faz a menor ideia do que possa ser.

      McCleod vira e caminha para fora da sala, e Caitlin e Caleb levantam-se, seguidos por Sam e Polly, e o seguem. Eles se entreolham espantados.

      Eles atravessam o chão de pedra, seguindo o rei pela câmara enorme e saindo por uma porta lateral, enquanto os cavaleiros em torno da mesa lentamente voltam a se sentar e continuam suas refeições.

      O rei McCleod caminha em silêncio, atravessando um estreito corredor iluminado por tochas, com Caitlin, Caleb, Sam e Polly logo atrás. Os salões de pedra antigos são repletos de curvas, e eles finalmente chegam a uma escada.

      McCleod pega uma tocha da parede e abre caminho escada abaixo na penumbra. Enquanto caminham, Caitlin começa a se perguntar onde, exatamente, ele os estava levando. O que ele poderia ter para lhes mostrar? Algum tipo de arma antiga?

      Finalmente, eles chegam a um nível subterrâneo, bem iluminado por tochas, e Caitlin fica espantada com o que vê. O teto baixo arqueado brilha, – banhado em ouro. Caitlin pode ver imagens ilustradas de Cristo, cavaleiros e cenas bíblicas, misturadas a vários sinais e símbolos estranhos. O chão é feito de pedras antigas, já gastas, e Caitlin não consegue evitar a sensação de que eles haviam chegado a uma câmara secreta.

      O coração de Caitlin começa a bater mais rápido, ao sentir que algo importante os aguarda. Ela começa a caminhar mais rápido, correndo para alcançar o Rei.

      "Esta tem sido a sala do tesouro do clã McCleod há mil anos. É aqui que guardamos o nossos tesouros, armas e bens mais sagrados. Mas há algo ainda mais valioso, mais sagrado, que todos eles."

      Ele para e vira-se para ela.

      "É um tesouro que venho guardando apenas para você."

      Ele lhe dá as costas e tira uma tocha de uma das paredes laterais, e quando ele faz isso, uma porta escondida na parede de repente se abre. Caitlin fica espantada: ela nunca teria percebido a existência da porta.

      McCleod se vira e os guia por outro corredor sinuoso. Finalmente, eles param diante de uma pequena alcova. Diante deles há um trono, sobre o qual há um objeto solitário: um pequeno baú incrustado de joias. A luz da tocha cintila sobre ele, iluminando-o, e McCleod cautelosamente se abaixa para pegá-lo.

      Lentamente, ele levanta a tampa. Caitlin não consegue acreditar.

      Ali, dentro do baú, há um único pedaço de pergaminho antigo, desbotado, enrugado e rasgado ao meio. Ele está coberto de por uma forma antiga de escrita, com uma caligrafia delicada, em uma linguagem que Caitlin não reconhece. Ao longo de suas bordas há letras multicoloridas, desenhos e símbolos, e no centro há um desenho, semicircular. Mas como ele foi rasgado ao meio, Caitlin não consegue identificar qual deveria ser o desenho original.

      "Para você," ele diz, erguendo-o lentamente e esticando o braço na direção de Caitlin.

      Caitlin pega o pedaço de pergaminho rasgado, sentindo-a enrugar em suas mãos, e o segura contra a luz das tochas. É uma página rasgada, talvez de um livro. Com toda a sua simbologia delicada, a mensagem em si parece ser uma obra de arte.

      "É a página que falta no Livro Sagrado," explica McCleod. "Quando você encontrar o livro, essa página ficará completa. E quando ela estiver completa, você encontrará a relíquia que todos nós estamos procurando."

      Ele se vira e olha para ela.

      "O Santo Graal".

      CAPÍTULO SETE

      Caitlin se senta diante da escrivaninha em seu amplo quarto no castelo de Dunvegan, admirando o por do sol pela janela. Ela examina a página rasgada que McCleod lhe dera, segurando-a contra a luz. Ela lentamente corre os dedos ao longo das letras em latim. Elas parecem ser bastante antigas. A página inteira tinha sido lindamente e primorosamente concebida, e ela fica maravilhada com as diversas cores ao longo das bordas do papel. Naquela época, ela percebe, livros eram feitos para ser verdadeiras obras de arte.

      Caleb está deitado na cama, enquanto Scarlet e Ruth estão deitadas sobre uma pilha de peles em frente à lareira do outro lado da sala. O quarto é tão grande, que mesmo com todos eles por perto, Caitlin ainda sente sozinha com seus pensamentos. No quarto ao lado, ela sabe, estão Sam e Polly. Aquele tinha sido um longo dia, uma longa festa com o coven de Aiden e os homens do rei, e todos estavam se preparando para a noite.

      Caitlin não consegue parar de pensar sobre a página rasgada, a pista, onde ela poderia levá-la, e se ela encontraria a quarta chave. Será que seu pai estaria lá desta vez? Será que ele a estaria esperando, ou por perto? Seu coração bate mais rápido com a possibilidade. Isso significa que ela iria, finalmente, encontrar o escudo? Que tudo isso chegaria ao fim? E o que ela faria em seguida? Para onde ela iria?

      É muita coisa para ela a considerar ao mesmo tempo. Ela sente que só precisa se concentrar na pista à sua frente, e dar um passo de cada vez. Caitlin pensa no que McCleod tinha dito sobre o Santo Graal. Ele havia dito a ela que ele e seus homens haviam dedicado suas vidas para encontrá-lo. A lenda dizia que uma mulher iria chegar e guiá-los até ele. Ele acreditava que ela, Caitlin, era aquela mulher. E é por isso que ele lhe dera sua preciosa pista, o antigo pedaço de papel.

      Mas Caitlin não tinha tanta certeza. O Santo Graal não era apenas um mito? Ou seria real? E como aquilo tudo estava ligado à sua busca?

      Caitlin não sabe o que tudo aquilo significava, mas enquanto reflete, ela percebe que, mais uma vez, ela finalmente havia encontrado um lugar, aquele castelo, com aquelas pessoas, onde ela sente uma sensação de paz e conforto. Ela se sente em casa em Skye, no castelo, com aquele rei, com seus cavaleiros e, claro, por estar mais uma vez com o coven de Aiden. Ela está emocionada por estar novamente junto a Caleb, Scarlet, Sam e Polly. Finalmente, mais uma vez, tudo parece certo no mundo. Está frio e ventando do lado de fora do castelo, e com o fogo intenso de sua lareira, ela se sente confortável ali, e realmente

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