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      Maria Grazia Gullo - Massimo Longo

      Um quarto de Lua

      As Sentinelas de Campoverde

      Tradução de Adérito Francisco Huó

      Copyright © 2018 M.G.Gullo – M.Longo

      A imagem da capa, as ilustrações e a gráfica foram realizadas e preparadas por Massimo Longo

      Tradução de Adérito Francisco Huó

      Todos os direitos reservados.

      Código ISBN:

      ISBN-13:

      Índice

Primeiro Capítulo É tão esquivo quando tento abraçá-lo…
Segundo Capítulo Obcecava-o com um sussurro gélido
Terceiro Capítulo Apercebendo-se do seu terror, começou a rir
Quarto Capítulo Como um mau presságio, murmurava palavras numa língua desconhecida
Quinto Capítulo cara a cara com algo de monstruoso
Sexto Capítulo A sua mente estava usurpado por aquelas lengalengas
Sétimo Capítulo Letras incompreensíveis exaltavam-se ao som da cantiga
Oitavo Capítulo Reflectia aquela terrível imagem
Nono Capítulo Uma escada em forma de caracol subia infinitamente para cima
Décimo Capítulo No fim lhe parecia ter o poderio para desfundar o céu com as mãos
Décimo primeiro Este pensamento molestava teimosamente a sua alma
Décimo segundo Capítulo Relembrava uma infusão de alho e cheirava enxofre
Décimo terceiro Capítulo Caiu do céu arrastando consigo todas as nuvens mais escuras
Décimo quarto Capítulo Desceu por uma nuvem surfando
Décimo quinto Capítulo É como se desaparecesse nas profundidades da terra
Décimo sexto Capítulo De repente um estranho gorgolejo profundo
Décimo sétimo Capítulo Com o seu passo elegante atravessou o limiar
Décimo oitavo Capítulo As garras encravaram-se ainda mais na profundidade
Décimo nono Capítulo Como é que se faz um bolo margherita
Vigésimo Capítulo Chamo-me de tempos em tempos com o nome que me é dado

      Prólogo

      - Verás que tudo vai correr bem, já és grande… Volta a brincar com as outras crianças, nos veremos um dia, te prometo!

      A criança reparava desaparecendo lentamente, com os olhos cobertos de lágrimas, aquele que tinha sido o seu companheiro nas brincadeiras se é que a memória não falhe.

      Correu rapidamente em direcção dos carrosséis do parque abandonado, onde voltou a brincar com as crianças do bairro, no momento em que a lembrança do seu amigo imaginário desvanecia.

      Chegou, entre empurrões, a sua vez ao escorregão. Não esperou um instante e lançou-se no declive com todo o ímpeto possível. Nem sequer teve o tempo de chegar ao fim do declive, eis que viu surgir uma criancinha loira diante dos seus pés, escapada ao controlo da mãe, não conseguiu travar e a antigiu com violência.

      A criança perdeu o equilibrio e embateu com a cabeça na saliência em cimento que contornava o escorregão.

      Tentou alcançar a criança, para assegurar-se de que não estivesse tão mal, mas foi de tal forma mal recebido pela mãe que corria para socorrê-la. Naquilo que para ele pareceu um ápice, uma multidão de avós e mães aglomeraram-se em volta da mal-aventurada.

      Uma única coisa conseguiu ouvir, no momento em que tentava ganhar espaço no meio da floresta de pernas dos adultos:

      - Desmaiou! alguém deve chamar o pronto socorro!

      Aquela voz ressoava feroz nas orelhas, o medo apoderou-se dele. Correu em direcção do pequeno bosque que se encontrava por detrás do parque.

      De repente tudo ficou escuro em volta dele.

      Pelo ar um vento gélido trazia consigo sons estranhos, simultaneamente com as palavras ouvidas num instante anterior, começaram a ressoar uns versos que era difícil perceber, chegavam inesperadamente por detrás de um conjunto de árvores onde uma sombra extensa surgia. Depois a voz fez-se cada vez mais insistente, chegava vindo de todas as várias direcções à volta dele. Estava mais próxima no momento, cada vez mais próxima, até sussurrar-lhe nas orelhas:

      “Damnabilis ies iom, mirdo cavus mirdo, cessa verunt ies iom, mirdo oblivio ement, mors damnabils ies iom, ospes araneus ies iom…”

      Colocou as mãos na cabeça e apertou fortemente os seus tímpanos para não ouvir, mas era tudo inútil, caiu de joelhos, os seus olhos apagaram-se…

      “Damnabilis ies iom, mirdo cavus mirdo, cessa verunt ies iom, mirdo oblivio ement, mors damnabils ies iom, ospes araneus ies iom…”

      Primeiro Capítulo

      É tão esquivo quando tento abraçá-lo

      - Elio, Elio, rápido! Dê-me uma mão com as sacolas das compras antes que chegue o temporal!

      Elio estava imóvel dentro dos seus sapatos sempre novos e reparava a sua mãe a atarefar-se sem trégua.

      - Elio! O que estás a fazer aí parado como uma estaca? toma esta! - abanou-o e lhe descarregou entre os braços uma enorme sacola com as verduras.

      Elio não tinha a intenção de fazer outra coisa, subiu os degraus externos do prédio e voltando-se de costas empurrou o portão, parou fixando aquela maldita luz vermelha reluzente do elevador, de seguida vencido subiu as escadas até a casa e, colocada a sacola na mesa da cozinha, foi directamente para o seu quarto para escutar música deitado na cama.

      O tempo de subir as escadas do prédio e a mãe cansada foi à procura dele.

      Debruçou-se à porta do seu quarto gritando: - O que estás a fazer? Ainda não terminamos, venha dar-me uma mão!

      - Sim, sim…estou a vir…- respondeu Elio sem mexer uma palha, apenas para livrar-se dela.

      Giulia distanciou-se, esperando que desta vez seria diferente. Estava desesperada, não conseguia mais sacudir este filho que tornava-se cada vez mais apático.

      A partir da entrada ouviram-se os velozes passos arrojados da sua irmã que o chamava com voz suave: - Elio! Elio! Desgruda o teu traseiro da cama e venhas tu também ajudar a mamã que está a tua espera lá em baixo - gritou com ele sabendo que seria certamente inútil.

      Elio não se mexeu e continuou indiferente a olhar fixamente o tecto, depois de ter aumentado o volume do seu leitor.

      Giulia,

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